quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009



O segundo livro que reli de Jostein Gaarder foi “A Garota das Laranjas”. Outro livro juvenil, mas que pode ser lido por leitores de qualquer idade. Ele conta um momento da vida de Georg Roed e seu pai Jan Olav. Jan Olav morreu de uma doença incurável quando Georg tinha pouco mais de três anos de idade. Quando ele chega aos quinze anos é encontrada uma carta que o pai escreveu poucos dias antes de sua morte. Na carta, que durante onze anos ficou esquecida no forro de um velho carrinho de bebê, Jan Olav se dirige a um Georg adolescente, mais apto a entender alguns assuntos que uma criança pequena não compreenderia. Numa fantástica comunicação entre o presente e o passado, que mistura trechos da carta do pai com as reflexões do filho, Georg descobre afinidades secretas que tinha com o pai: uma certa curiosidade filosófica, o grande interesse pelas fotos tiradas pelo telescópio Hubble (que fora colocado em órbita quando o pai morreu), e o olhar atento para o Universo. Em meio a reflexões e perguntas, Jan Olav conta ao filho uma história real, acerca de uma personagem misteriosa: a garota das laranjas, desconhecida que surge pelas ruas de Oslo levando sempre nas mãos um saco de enormes laranjas, que o desperta para uma profunda paixão e uma série de perguntas sem respostas. Ao relatar sua busca por essa figura quase sobrenatural, o pai tece com o filho um diálogo que mexe fundo com as emoções de Georg. Essa novela epistolar entre o passado (pai) e o presente (filho) é uma trama muito bem costurada com mistérios e divagações filosóficas sobre a condição humana, a confrontação com a morte e outros enigmas da nossa existência. Mesmo depois da adolescência vale a pena ler “A Garota das Laranjas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário