sábado, 28 de março de 2009

ECO DISTANTE


Numa madrugada gelada, quatro estudantes, no retorno de uma festa, embriagados e ainda com fôlego para correr pela neve, deparam-se com o corpo de uma moça quase sem vida. Rosie havia sido estuprada, esfaqueada e abandonada num antigo cemitério escocês. Como ela ainda mostrasse uma fraquíssima respiração, um deles, estudante de medicina, tenta fazer alguma coisa para mantê-la viva, enquanto os outros ajudam, se sujando de sangue. Ela trabalhava num bar e todos eles a conheciam. Um deles vai chamar a polícia, que quando chega já a encontra morta.
Apesar de serem somente testemunhas, os quatro rapazes, manchados como sangue da vítima, acabam como únicos suspeitos. Em função deste fato, a vida dos quatro muda drasticamente. Na universidade em que estudam e em toda a pequena comunidade são vistos como assassinos. Os dois irmãos da vítima passam a persegui-los até que terminam a escola e cada um vai viver sua vida, em locais diferentes.
Vinte e cinco anos depois, a polícia decide reabrir casos não-resolvidos e entre eles está o assassinato de Rosie. Logo que se começa a mexer no caso, dois dos estudantes, agora formados e vivendo em locais distantes, morrem, um em sua casa, vítima de um incêndio suspeito, e outro num assalto malsucedido. Para os dois que continuam vivos parece haver alguém tentando fazer justiça com as próprias mãos ou simplesmente tentando encobrir o verdadeiro assassino. E só há uma maneira de evitar ser a próxima vítima; descobrir quem realmente matou Rosie, há mais de duas décadas...
A partir de um assassinato não explicado que vinte e cinco anos depois, cheio de ecos distantes, continua a apavorar as testemunhas na tentativa de eliminar cada uma delas, a autora cria uma trama minuciosamente elaborada, mostrando que é capaz de enveredar pela mente perversa e fria de um assassino.
Vale a pena!

terça-feira, 17 de março de 2009

PEÇAS FRAGILIZADAS

Queridos leitores do meu blog.

Estou começando a publicar um romance policial no meu site
http://www.veracarvalhoassumpcao.com/folhe.htm
Pretendo a cada dez dias colocar um novo capítulo.
Boa Leitura!

Desde fevereiro já coloquei cinco livros lidos no blog. Como comecei o blog somente em fevereiro,estou correndo para enfrentar o desafio de ler 50 livros em 2009. Aliás o desafio maior não é ler (que eu adoro) é escrever a resenha e colocar no blog!

Estou terminando de ler O ECO DISTANTE de Val McDermid. Logo mais colocarei a resenha. Também li O LEITOR. É maravilhoso e todos já leram. Vou tentar encontrar uma forma original para escrever sobre ele.

quinta-feira, 12 de março de 2009

O ÍCONE: A chave para revelações da era cristâ


Garth Hanson estudou pintura. Tornou-se um pintor minimalista conhecido na Califórnia e vendia bem. Acostumou-se à boa vida californiana com carros e mulheres caras. Quando as vendas pararam, desesperado, começou a pintar e vender supostas pinturas dos grandes mestres como arte original.

Numa luta de esgrima, Garth Hanson é desafiado por Richard W. Andersen. Com todo o seu charme, Hanson ganha a luta. No final, os dois entram na Mercedes de Hanson, param numa loja de bebidas e compram duas garrafas de Chivas para um happy hour na casa de Hanson.

Logo depois da primeira dose, Rick Andersen o chantageia. Quer que Hanson pinte a cópia de um ícone famoso, o ícone de Tiniotissa, uma pintura conhecida por seus milagres e também por coisas estranhas que aconteciam a quem se aproximasse.

Se Hanson conseguir, ainda leva uma grana para saldar as dívidas. Se não fizer, será denunciado por falsificar pinturas.

Saindo da Califórnia, Hanson viaja para Miconos na Grécia. Ali encontra antigos companheiros e envolve-se numa intriga internacional.

A aventura é eletrizante! Até que no final, um fantástico clímax acontece na ilha de Tinos, onde todos os participantes da aventura convergem com o propósito de se apossarem do ícone sagrado, cujo valor é inestimável. E há uma grande reviravolta quando se descobre que há muito mais do que dinheiro envolvido no ícone. Ele é a chave para documentos da era cristã que foram perdidos no mar Morto. Esses documentos estiveram na posse dos Cavaleiros templários no ano de 1099 e podem mudar os rumos do mundo!

domingo, 8 de março de 2009


O livro que acabei de ler é OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES
É excelente! Vale a pena mergulhar nas 522 páginas!
O Jornalista Mikael Blomkvist acaba de ser condenado e sentenciado a três meses de prisão por difamar um poderoso financista.

O grande industrial Henrik Vanger recebe uma flor emoldurada – o mesmo presente que Harriet lhe dava quando vivia em sua casa. Quase 40 anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist, para conduzir uma investigação particular.

Henrik Vanger quer que o jornalista escreva uma biografia de sua conturbada família. Quer, além disso, que ele investigue o sumiço de sua sobrinha Harriet, desaparecida sem deixar vestígios há quase quarenta anos. Caso Mikael descubra o que aconteceu, ou quem matou Hariet, Henrik se propõe a ajudar Mikael a salvar sua revista Millennium que está à beira da falência.

Se o leitor se deixar pegar por essa aventura, está perdido. Não há como largar o livro. O autor, Stirg Larsson, possui um talento inigualável para capturar o leitor ao longo de mais de 500 páginas e para criar personagens fascinantes. Ele não reinventou a roda. Se o tivesse feito, o romance não venderia tanto. O que fez foi adaptar o velho mistério do quarto fechado, a invenção de Alan Poe que os ingleses levaram adiante. Mas com uma jogada: o crime acontece numa ilha, onde, em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua família faziam um encontro para discutir os rumos das empresas do grupo.

Além da narrativa ágil e inteligente, existem personagens fascinantes. Para ajudar o jornalista a desvendar o caso, se junta a ele a mais interessante personagem da trama, a inteligentíssima hacker Lisbeth Salander, 24 anos mas aparentando 14, magérrima, com piercings no nariz e nas sobrancelhas, tatuagens de vespa no pescoço e dragão na omoplata, cabelos quase raspados tingidos de preto e comportamento à beira da delinqüência.

A cena em que Blomkvist e Lisbeth ficam frente a frente pela primeira vez – o que só acontece na página 300 das mais de 500 – é uma das melhores do livro. Incompatibilidade total! Química perfeita!

Este livro não é somente uma trama bem feita. É uma obra de dimensões oceânicas que se desdobra pelos mais diversos aspectos da vida moderna: os crimes de colarinho branco, a responsabilidade do jornalismo econômico com a ciranda financeira, o fenômeno da internet e da invasão de privacidade, o ódio contra as minorias.

O autor, Stieg Larsson, foi um jornalista e ativista político de prestígio em seu país, fundador da revista Expo, famosa por denunciar organizações européias neofascistas e racistas. A nota triste é que ele morreu em 2004, aos 50 anos, logo depois de terminar a trilogia onde Os Homens que não Amavam as ms ogia onde Os Homens que não ao fenersos aspectos da vida moderna: os crimes de colarinho branco, a responsabilidade do jornalulheres é o primeiro. Quer dizer, não pôde desfrutar o sucesso nem a grana.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Para falar de romande policial, aí vai um pouco da primeira aventura de Alyrio Cobra!

Em PAISAGENS NOTURNAS , Alyrio Cobra é contratado por um rico executivo, cuja irmã foi assassinada próximo à escola da periferia em que lecionava. Dois alunos confessam o crime. O corpo já foi enterrado. Existem assassinos confessos e um bom motivo - a professora os perseguia e impedia a atividade de venda de drogas nas salas de aula, acabando por expulsá-los da escola. O livro é a história dessa professora assassinada e é também a história de uma série de quadros que retratam paisagens escurecidas pela noite e assombradas pela lua. O que uma coisa tem a ver com a outra é a ponta do fio de uma meada que o detetive Alyrio Cobra tenta decifrar. Até chegar à outra ponta, ele vai ter de enveredar por um mundo em que nada (nem ninguém) é exatamente o que parece ser e vai ter de correr contra o tempo para impedir que a mola propulsora que desencadeia os assassinatos seja estancada. No meio disso tudo vai encontrar fatos que remetem aos nevoeiros descritos pelos poetas românticos europeus do século dezenove, reproduzidos pelos estudantes da então recém fundada escola de direito de São Paulo e retratados nos dias de hoje por uma pintora de nome Domitila.O romance PAISAGENS NOTURNAS é um policial bastante ágil que tem como diferencial trazer em seu enredo um ponto muito importante da história da cidade de São Paulo. Dizem os sociólogos e antropólogos que o que distingue uma cidade de uma aldeia não é o tamanho, mas a presença de uma alma.A criação da Academia de Direito e a conseqüente vinda para a cidade de moços voltados para o romantismo foi a contribuição decisiva para que São Paulo criasse uma alma. Para que o intelecto viesse para a cidade e da união de todas as características formadas até então fosse possível gerar criadores de símbolos que eram os poetas românticos e em especial Álvares de Azevedo.No romance, ao mesmo tempo em que a pintora Domitila cria paisagens que podem ter sido do cemitério da Consolação na época das esbórnias estudantis e que ela traz na memória da alma, o detetive Alyrio Cobra depara-se com um grupo que tenta recriar nos dias de hoje uma das sociedades secretas dos poetas românticos da Academia de Direito. É a sociedade Epicuréia cujos membros imitavam, na garoenta São Paulo de meados do século dezenove, os poetas românticos europeus. O clima da cidade era propício às orgias semelhantes às praticadas na Europa em especial na Londres de Byron, e também ao nihilismo, o desespero, a melancolia impotente que impregnava a poesia romântica. Só que os valores vindos de fora eram frágeis no novo contexto da cidade e acabavam por cair em degeneração.O grupo que tenta mais uma vez espelhar o movimento trazendo-o para os dias de hoje quando a cidade não só tem uma alma, mas uma alma multiplicada pelos tantos grupos étnicos e esfacelada pelos tantos problemas urbanos e pessoais, também acaba por cair em degeneração.O detetive Alyrio Cobra não é somente mais um detetive, mas a autora utiliza-o o para trazer ao leitor um pouco desta história bastante esquecida.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Queridos leitores do meu blog.

Estou começando a publicar um romance policial no meu site
http://www.veracarvalhoassumpcao.com/folhe.htm
Pretendo a cada dez dias colocar um novo capítulo.
Boa Leitura!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009



Uma das coisas que eu gosto é um bom desafio. Por isso aceitei o desafio de ler 50 livros em 2009. Como comecei meu blog já no final de fevereiro, vou comentar os livros que li em janeiro. Logo depois de “O Analista”, reli dois livros de Jostein Gaarder o autor de “O Mundo de Sofia” São dois livros juvenis, mas que valem uma leitura também para os adultos.

O primeiro foi “A Biblioteca Magia de Bibbi Bokken” que Jostein Gaarder escreveu em parceria com Klaus Hagerup. Ele conta de uma forma muito divertida a história do livro e de como foi criada a catalogação para se organizar as bibliotecas. Paralelamente é narrada a história de Nils e sua prima Berit, que vivem em cidades diferentes da Noruega e decidem iniciar uma correspondência que acaba virando um livro. Os dois passaram as férias juntos e antes de se despedirem para retornarem às suas cidades, decidem comprar um caderno de capa dura para se corresponderem, assim os dois podem se manter em contacto durante o ano escolar com um livro de cartas que viaja pelo correio de lá para cá e de cá para lá.
É justamente aí que começa o mistério. Na loja onde foi comprar o caderno, Nils se depara com Bibi Bokken, uma mulher muito estranha, que vagava diante das estantes de livros, olhando-os com água na boca, como se fossem doces ou chocolates. Quando Nils foi pagar, ela ofereceu uma contribuição. Ele ficou com aquela cena incomum na sua cabeça. Na primeira carta que ele escreve no caderno e envia à prima, ele narra o ocorrido. Os dois descobrem que ela vive na mesma cidade de Berit e os dois decidem investigar a estranha mulher. Assim começa a correspondência secreta entre os dois. Um caso e tanto para a dupla de detetives: Nils e Berit.
Em “A Biblioteca Magia de Bibbi Bokken”, o grande herói é o livro e sua história, seu processo de produção e catalogação nas bibliotecas, explicados numa trama de detetives recheada de suspense e aventura. E é assim que os dois autores celebram esse objeto “mágico”, que mudou a história da humanidade e também a vida de muita gente como você: o leitor!
Mesmo sendo um livro juvenil, vale a pena voltar aos nossos tempos de juventude para ser um leitor de “A Biblioteca Magia de Bibbi Bokken”.


O segundo livro que reli de Jostein Gaarder foi “A Garota das Laranjas”. Outro livro juvenil, mas que pode ser lido por leitores de qualquer idade. Ele conta um momento da vida de Georg Roed e seu pai Jan Olav. Jan Olav morreu de uma doença incurável quando Georg tinha pouco mais de três anos de idade. Quando ele chega aos quinze anos é encontrada uma carta que o pai escreveu poucos dias antes de sua morte. Na carta, que durante onze anos ficou esquecida no forro de um velho carrinho de bebê, Jan Olav se dirige a um Georg adolescente, mais apto a entender alguns assuntos que uma criança pequena não compreenderia. Numa fantástica comunicação entre o presente e o passado, que mistura trechos da carta do pai com as reflexões do filho, Georg descobre afinidades secretas que tinha com o pai: uma certa curiosidade filosófica, o grande interesse pelas fotos tiradas pelo telescópio Hubble (que fora colocado em órbita quando o pai morreu), e o olhar atento para o Universo. Em meio a reflexões e perguntas, Jan Olav conta ao filho uma história real, acerca de uma personagem misteriosa: a garota das laranjas, desconhecida que surge pelas ruas de Oslo levando sempre nas mãos um saco de enormes laranjas, que o desperta para uma profunda paixão e uma série de perguntas sem respostas. Ao relatar sua busca por essa figura quase sobrenatural, o pai tece com o filho um diálogo que mexe fundo com as emoções de Georg. Essa novela epistolar entre o passado (pai) e o presente (filho) é uma trama muito bem costurada com mistérios e divagações filosóficas sobre a condição humana, a confrontação com a morte e outros enigmas da nossa existência. Mesmo depois da adolescência vale a pena ler “A Garota das Laranjas”.


Foi com um sorriso divertido que recebi este prêmio do blog palavras partilhadas !
Obrigada, Butterfly! Borboletas são o colorido que alegra a vida! E os blogs!
Associado a este selo vêm algumas regras, que passo a citar:
- Publicar o link da pessoa que o/a nomeou;
- Escrever as regras no blog;
- Contar 6 coisas aleatórias sobre si;
- Indicar mais seis pessoas e colocar os respectivos links no final do post;
- Avise as pessoas que indicou, deixando um comentário nos seus blogs;
- Deixe os indicados saberem quando publicar o seu post.

Aí vão seis coisas sobre mim.

1 - Adoro ler! (óbvio, né!)

2 - Desafios me animam!

3 - Cinema no telão. Trinta e seis vezes maios do que a vida! Em último caso DVD.

4 - Não consigo viver sem minhas cartas de Tarô.

5 - Já fiz diversos cursos de astronomia e gosto de acompanhar as novas descobertas dos telescópios modernos, especialmente o Hubble. Quanto mais se descobre, maior é o mistério!

6 - Escrever organiza minha alma.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Aí vão os blogs que escolhi para repassar o selo de ouro.

Livros e leituras

O jardim dos sentidos (imagens fantásticas)

Olhar nômade

Eduardo Carvalho http://ecarvalho.typepad.com

Verde visão

Viajar pela leitura



Acabo de receber o Prêmio Blog de Ouro da Paula do blog letraseprozac e palavras partilhadas.

Obrigadíssima, querida Paula. É o primeiro prêmio que recebo. E, como já disse anteriormente, estou me iniciando nas artes do blog. Paula foi uma das minhas inspiradoras. Ela partilha palavras com os leitores de uma forma muito especial. É sempre muito bom entrar nos seus blogs e partilhar suas opiniões. Também sua idéia de ler 50 livros em 2009 me chamou muito a atenção. Sou uma leitora voraz, mas partilhar a opinião sobre as obras lidas não é brinquedo não!
Para o Selo de Ouro as regras são as seguintes:

Copiar o selo e colocar no blog;
-Fazer referência ao nome de quem atribuiu o prémio e publicar o respectivo link;
-Premiar seis blogs que sejam uma inspiração para si;-
Deixar um comentários nos blogs escolhidos para que saibam que foram premiados.
Estou tão assanhada com o prêmio que já estou colocando no site.
Em seguida vou escolher os seis blogs que me inspiraram.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Como já falei, o gênero literário que mais gosto é o policial. Embora eu leia outros gêneros com muito gosto, no meu site serão mais comentados os romances de crime e mistério. Vou começar falando sobre o livro que li entre os últimos dias de 2008 e os primeiros de 2009. O ANALISTA de John Katzenbach


“Feliz aniversário de cinqüenta e três anos, doutor. Bem-vindo ao primeiro dia de sua morte.”

Dr. Frederick Starks, um psicanalista de Nova Iorque, acabava de receber uma carta misteriosa e ameaçadora. E encontrava-se no meio de um terrível jogo criado por um homem que se autodenomina Rumplestiltskin. As regras eram as seguintes - em duas semanas, Starks precisa descobrir a identidade do seu perseguidor. Se conseguir isso, estará livre. Se falhar, Rumplestiltskin destruirá um por um, cinqüenta e duas pessoas ligadas a Starks - a não ser que o pacato doutor concorde em se matar. Em uma corrida eletrizante contra o tempo, ele se verá à mercê de um infernal jogo de vingança de um psicopata. Precisa encontrar uma forma de deter o maníaco - antes que ele mesmo fique louco... Ou comece a agir contra as pessoas ligadas a Starks.

O doutor Starks , um homem que lidava profissionalmente com a introspecção, vivia sozinho, atormentado pelas memórias de seus pacientes. Começava a sentir o impacto da idade que lhe havia endurecido as juntas e os músculos durante a longa e sedentária vida por trás do divã. Num final de tarde extremamente comum, quando estava terminando sua última consulta, recebeu uma carta ameaçadora de um misterioso remetente que assina se
Rumplestiltskin,
No folclore alemão, Rumplestiltskin é um anão que salva a vida de uma garota que havia se casado com um rei. Em troca ele exige que ela lhe entregue seu primeiro filho. Quando a criança nasce, a mãe desesperada, suplica que ele a libere da promessa. Ele consente, com a condição de que ela adivinhe seu nome em três dias. Ela consegue no último momento, e o poder de Rumplestiltskin é quebrado.
Ao receber a carta, doutor Starks percebe que não havia recebido simplesmente uma ameaça de morte. Cinqüenta e duas pessoas ligadas a ele estavam fadadas a sofrer e morrer caso ele não fizesse nada a respeito. Se resolvesse não fazer nada, deveria se matar. Suicídio seria a antítese de tudo o que defendeu durante toda a vida.
Partindo desses dados, e percebendo desde o princípio que o autor da carta não estava para brincadeiras, as páginas desse livro são lidas com uma velocidade tempestuosa. É umas das tramas de suspense mais bem elaboradas que já li. É uma história forte, repleta de tormentos psicológicos e de perspicácia investigativa, com surpreendentes reviravoltas num jogo perigosíssimo. Paralelamente à aventura investigativa, nos deparamos com uma história de identidade roubada, de vingança extrema e de auto descoberta.
Foi um livro que li em poucos fôlegos. Foi difícil parar a leitura para compromissos urgentes ou umas poucas horas de sono. Ao mesmo tempo em que se desenvolve o suspense há uma profunda investigação existencial. Escrito com um ritmo impecável e uma prosa flexível o autor descreve o tempo todo um ambiente obscuramente denso. Como foi dito pelo The Washington Post: é um diário freudiano do inferno.
Desejo a todos uma boa leitura!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Romance Policial



Escrever sobre o romance policial é uma tarefa complicada. Sou uma escritora de romances policiais. Adoro montar as tramas. No entanto antes de ser escritora sou uma leitora contumaz de policiais. Claro que também leio outros gêneros, sem nenhum preconceito, mas o policial é minha leitura predileta. O que de forma alguma me torna uma especialista no assunto. Aproveito o meu blog para escrever algumas considerações sobre o romance policial. E se você que está lendo tiver algum comentário ou crítica, ela será muito benvinda.
Falar se o livro policial é uma literatura maior ou menor é uma discussão que com certeza não vai chegar a uma conclusão definitiva. Há ensaios famosos de Somerset Maugham e Raymond Chandler, de meados do século passado mostrando que já naquela época a briga estava quente. Chandler batalhou a vida toda para provar que era possível fazer grande literatura no formato policial. E conseguiu umas palavras menos ásperas do temível crítico da época: Edmund Wilson.
Os críticos, que afirmam que a literatura policial é uma literatura menor, têm como principal argumento o fato dela usar uma fórmula que consiste em: crime, investigação e solução. Realmente o romance policial segue essa fórmula, claro que com algumas variações, por vezes ocorrem vários crimes. Como em todos os gêneros literários, existem romances policiais bons, maus e regulares.
O que acredito ser a diferença fundamental é que os grandes romances sempre destruíram valores e criaram novas estéticas. Quando pensamos na literatura como arte, como movimento cultural do mundo moderno, a ordem é tornar novo, é romper com o passado e ser original. As artes modernas têm o dever da vanguarda, de ir à frente da sua época e transformá-la. Vemos isso na pintura, na música, enfim, nas artes em geral. Os críticos valorizam a obra literária à medida que ela supera as anteriores, especialmente na forma e na linguagem.
No caso do romance policial, desde que foi criado por Edgar Allan Poe, ele parte da fórmula: crime, investigação e solução e quanto mais próximo ele ficar dessa fórmula, melhor será o livro. O romance policial, como toda a literatura de entretenimento, precisa de começo, meio e fim muito bem interligados. A perícia do autor em conduzir a investigação é fundamental para conquistar o leitor.
O que se pode afirmar sem sombra de dúvida é que cada vez mais leitores estão lendo romances policiais. E o público é eclético e variado: adolescentes e idosos, profissionais liberais, intelectuais, professores universitários, pesquisadores, homens e mulheres, aposentados, etc. Ainda não existem estudos definitivos para explicar o porquê desse gosto do leitor. Talvez a explicação seja que a própria construção da fórmula traga em si uma grande carga mítica, que passa a funcionar como um arquétipo, pois satisfaz as exigências dos tempos e também a outras elaborações inconscientes (temores e desejos). Também podemos mencionar a presença do lúdico, que estaria no desafio intelectual entre o leitor e o detetive, cuja vitória transmite tranqüilidade e segurança. Para o leitor, o prazer da leitura é seguir o raciocínio lógico, e, no final, ele precisa saber quem cometeu o crime. Quando o detetive captura ou simplesmente aponta o criminoso, há uma sensação de que o mundo foi resgatado do caos, que a ordem foi restabelecida. Como nos contos de fada há um final feliz.
Quando se vê toda essa onda de corrupção nas altas esferas do poder, a população se mostra indiferente porque já sabe que tudo vai se enrolar e jamais vamos ficar sabendo a verdade. Não há raciocínio lógico a ser seguido. No romance policial, a busca da verdade, a certeza de desvendar o mistério, de finalmente solucionar o crime, cativa o leitor. O mistério inicial, a dúvida que inspira, o fato que sempre parece conduzir à razão, a angústia que resulta disso, tudo conspira para produzir uma eletricidade poética de uma qualidade freqüentemente bem superior à realidade que vivemos. Enfim, como nos contos de fada, o romance policial tem um final feliz. Ele resgata o mundo do caos e aplica a justiça.
Quando eu era criança e estava na escola, gostava muito de ler, mas minha matéria predileta era a matemática. Acredito que da junção do gosto pela leitura com equações matemáticas surge o romance policial.